Bom dia!
Quando terminou a escola, Julia Schmoldt ainda não sabia
qual caminho seguir. Amava línguas, animais, pessoas e plantas, mas nenhuma
carreira definitiva. Ela tentou um semestre na Universidade de Hamburgo, mas
continuava indecisa. Foi só depois de visitar um centro de formação
profissional que teve um estalo: queria ser jardineira! Trabalhar com plantas,
ao ar livre, em contato com o sol e com gente. Mesmo sem o entusiasmo do pai,
mas com o apoio da mãe, apaixonada por jardinagem, ela iniciou um estágio em um
viveiro no norte da Alemanha. Dois anos depois, já formada em horticultura
ornamental, começava a desenhar um novo projeto de vida.
Com seu então parceiro, encontrou uma antiga fazenda vazia
na região de Klützer Winkel, não muito longe do Mar Báltico. A propriedade,
havia sido esquecida durante décadas. O casal se dedicou à recuperação do
lugar, cultivando-o com métodos orgânicos. Julia vendia flores e plantas,
estudou agricultura ecológica e aprofundou seus conhecimentos na área. Seu
grande sonho, no entanto, ainda estava por vir, e ganhou forma com um novo
amor.
Ao lado de seu atual marido, um veterinário local, ela se
encantou por uma antiga fazenda urbana em Klütz. O imóvel, com quase dois
séculos, estava vazio havia muitos anos e exigia coragem. O telhado estava
comprometido, as paredes tinham desabado em partes e o jardim era um emaranhado
denso de vegetação selvagem, amoras, urtigas e sabugueiros. A maioria das
pessoas desistia só de olhar. Mas eles, com ajuda das famílias e de amigos,
limparam o terreno, plantaram as primeiras mudas e começaram a reconstrução dos
edifícios, que hoje são tombados como patrimônio, que por sinal, são lindas
construções em tijolos.
Assim nasceu o viveiro de plantas perenes de Klütz. Com
cerca de 1.400 metros quadrados, o espaço mistura produção, inspiração e
acolhimento. À sombra de um velho freixo, visitantes passeiam entre canteiros
exuberantes, observam borboletas, tomam café no celeiro e fazem planos. A
entrada, cercada por gerânios, spireas, valerianas, hortênsias e
anêmonas-de-outono, já anuncia o que está por vir. Mais de 600 variedades
diferentes de plantas perenes são cultivadas ali, em sua maioria de forma
artesanal. A proposta não é produzir em larga escala, mas oferecer diversidade,
qualidade e conhecimento para jardineiros amadores e amantes das flores.
Julia fala de suas plantas com afeto raro. “Às vezes, sinto
que estou me transformando em uma delas”, confessa. Cuidar do jardim é mais do
que uma atividade diária, é um elo profundo. À noite, regar cada canteiro se
tornou um ritual silencioso e necessário, uma forma de verificar, com os
próprios olhos e com o coração, se tudo está bem.
O viveiro que começou como um sonho em ruínas hoje floresce
como um espaço vivo, onde cada flor tem seu tempo, e cada visitante encontra um
pouco de paz.
A sua dedicação com as plantas é muito inspiradora!
Via: https://www.schoener-wohnen.de/